Todo jornalista vai em busca da verdade. Está no sangue. O prazer de comunicar invade seu coração de tal forma, que é impossível deixar de lado o interesse de lutar pela sociedade.
A informação é o seu lema. Criar, inovar e descobrir caminhos cada vez mais instigantes, se aventurando em novas pautas, agarrando novas oportunidades e disseminando informações para o mundo todo. Isso faz parte da vida do jornalista.
Sonhos e obstáculos. Se não fosse isso, que graça teria a vida? Dois sonhos com um só sonho. Duas jornalistas com um único propósito - o de serem reconhecidas pela sua maior paixão: apresentar um programa de televisão.
Porque toda história começa assim. Com altos e baixos, sobe e desce. Típico de montanha russa. Estou enjoada desse brinquedo! Mas espera aí, a história não começa assim.
Tudo surgiu de uma pergunta: Vocês teriam coragem de apresentar um programa de TV? Uma respondeu: é meu sonho! A outra afirmou: Se muitos conseguem, por que eu não conseguiria? Desde esse dia a nossa vida nunca mais foi a mesma! Largamos os nossos antigos empregos para a dedicação total a esse sonho. Sério mesmo! De um dia para outro conseguimos sete patrocinadores. Quem me dera se tudo fosse tão fácil assim! Dos sete patrocinadores, ficaram dois. Graças a Deus por isso. Mas assim mesmo não desistimos, continuamos na busca e conseguimos mais oito patrocinadores, totalizando dez. Ops! Sem termos o piloto do programa, o que é muito raro, pois todas são empresas grandes, o que obviamente exige toda uma burocracia.
Isso foi apenas o começo. Compramos câmera, microfone, iluminação. Contratamos duas repórteres, um cinegrafista, e caímos de pára-quedas em uma agência de publicidade. Mauro Panzera, ele é um paizão. Hum...será que pai é a palavra certa? Melhor um anjo, de olhos verdes e tudo, literalmente! Descontração tem que ter, a alegria é o que nos move. Mas como tudo na vida não é um mar de rosas, segure seu coração, adivinhem quantas máquinas quebraram. Quantas noites de sonos passamos, e quantos editores contratamos. Nossa! É melhor não comentar. Creio que os cálculos não entrariam na sua cabeça. E a nossa diretora geral? Não imaginem como estava a cabeça dela. Por favor, não imaginem. É complicado explicar.
Acha pouco? Ainda tem mais. Pense em duas meninas, cansadas, roucas, sem se alimentar direito! Posso falar desnutridas de corpo e de mente. Gravamos cinco programas em menos de um dia, sabe como é um iniciante, né? Apanha, apanha, apanha, até aprender. Sabe a gravação? Desapareceu do cartão, coisa que a ciência até hoje não conseguiu explicar. Nos desesperamos e tivemos que gravar novamente para o programa poder ir ao ar. Muitas lágrimas caíram, discussões e desesperos vieram à tona. Com diz o nosso anjo Panzera: “vocês querem um balde meninas?” Risos.
Erguemos a cabeça, lavamos o rosto, nos maquiamos e num estalar de dedos, lá estávamos! Em frente às câmeras dando um bom dia para os nossos queridos telespectadores, “bom dia, está começando o seu programa Show de Manhã, a sua revista eletrônica de todas as manhãs, conto com sua companhia até as 11h.” claro, contando com a ajuda de dois cinegrafistas: Rafa e Saulo, e ainda o Mamed! O Mamed? Há... É uma longa história.
Já falei de muitos chororôs, mas tudo foi válido, pois são apenas três semanas que o programa está no ar e já vivemos momentos inesquecíveis. Conhecemos pessoas influentes, ajudamos entidades carentes, ganhamos novas amizades. E o que nos move é a satisfação de levarmos a informação e obter o reconhecimento dos nossos patrocinadores, telespectadores, familiares, amigos e professores de faculdade.
O meu amigo Marcelo Canelas, já havia previsto isso em sua bola de cristal: “O grande barato de ser jornalista é poder surpreender e ser surpreendido pela realidade.”
Bem, estou certa de que uma coisa é fazer auto-escola, outra é saber dirigir o carro. E um dos grandes segredos é ter humildade, e saber se adaptar a tudo. “Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade.” Raul Seixas.
Marlúcia Duarte
